Mini currículo: Formação – Administração, pós-graduação em Comércio Exterior e Administração Hospitalar.
A administração está no meu sangue. Acho que foi porque comecei a administrar a vida muito cedo. Com o falecimento da minha mãe, vítima de câncer de mama, e sendo a filha mais velha de três irmãos, comecei a administrar a casa quando tinha apenas 13 anos. Meu pai, gerente do Banco do Brasil, conduziu os filhos pelos caminhos da estabilidade profissional. Fiz magistério, profissão comum às mulheres da época. Estudei em colégio de freiras, onde aos 17 anos comecei a lecionar para meninas de 14. Dei aulas de inglês e português. Aos 20 fiz concurso para trabalhar no Banco do Brasil, onde fui a primeira mulher a ser contratada na agência Centro de Curitiba. Apesar disso nunca me senti discriminada. Por 28 anos tive uma carreira sólida na instituição, tempo em que me formei, me casei, tive um filho, o Guilherme, e realizei muitas coisas. Neste período morei por 10 anos em São Paulo, até que voltei a Curitiba e encerrei a carreira no banco como Supervisora de Comércio Exterior. Na época em que morei em S.Paulo a área de Comércio Exterior não existia na agência em que trabalhava. Especializei-me no tema e fui a responsável pela sua criação. Foi desafiador mas muito bom .Sempre fui de me envolver muito com o trabalho. Nunca consegui ficar parada. O “não” nunca fez parte do meu currículo, assim sempre tive muita “garra” por conquistas. O desafio é meu motor.
Aposentei-me no Banco mas, ficar sem trabalhar nunca esteve nos meus planos. Meu irmão, médico e visionário, tinha o sonho de construir um hospital referência em Curitiba na área de Neurologia nos moldes do que ele tinha visto na Alemanha onde fez residência em neurocirurgia. Um hospital diferenciado, que reunisse os melhores profissionais, aliado a mais alta tecnologia e atendimento humanizado. E foi aí que uma nova carreira surgia em minha vida. O sonho do meu irmão tornou-se também o meu. Assim, começamos a construir o INC. Ainda de capacete, com o pé no barro, com muitos problemas a serem resolvidos e muita coragem de seguir em frente, fomos vencendo os desafios. Vendo em retrospectiva o que fizemos, é inegável que há um orgulho imenso em ver onde chegamos em apenas 10 anos. Hoje o INC é um centro de excelência, com dezenas de leitos, mais de 350 funcionários e um corpo clínico de 200 médicos. Em meio a tudo isso, fui fazer um curso de Pós-Graduação em Administração Hospitalar, para entender melhor esse mundo novo e encantador que se abriu. E eu, que não conhecia nada da área, hoje sou uma apaixonada pelo que faço. Mas é claro que tudo é aprendizado. Trabalhar no hospital é aprender a viver com a vida, mas também com a dor e com o sofrimento. É também ter a consciência da enorme responsabilidade que se tem de ser referência. Descobri que, como diretora, influencio a vida de muitas pessoas. Assim, tenho a obrigação de influenciar de maneira positiva. E isso me faz uma pessoa melhor. Me torna mais feliz.
O aprendizado também veio dos desafios e vitórias que vivi. Assim como minha mãe, tive câncer de mama. Achei que ia morrer. Isso há mais de 20 anos. E digo que sempre há uma vida antes do câncer e outra depois. Também há cinco anos tive que aprender a viver sem meu marido. O João Carlos sempre foi a pessoa que me acompanhou em todas essas fases. Tive muita sorte em encontrar esse companheiro de jornada. Foram quase 40 anos de um casamento muito feliz. Ele me completava e tenho certeza que eu também era muito importante em sua vida. Era muito otimista e me ensinou a olhar a vida de maneira positiva. Hoje, meu filho que fez medicina, e de quem tenho o maior orgulho pelo homem integro que se tornou, é especialista em Neurocirurgia e está há 10 anos na Alemanha. Já construiu sua história por lá. É casado com uma médica pediátrica e confesso que estou louca por um neto… Conforme dizia meu pai ,a maturidade não traz apenas rugas e alguns quilinhos a mais. Com os anos passamos a ter mais “bom senso”. Ele também me ensinou o “senso de justiça” que tenho procurado praticar durante toda a minha vida. No futuro, muito trabalho, novos desafios profissionais, intercalados, é claro, por boas viagens. Para mim a melhor maneira de se gastar dinheiro…
Dica de vida –
“Viva o dia a dia da melhor maneira possível. A felicidade está no “cotidiano”. Acho importante ter sonhos e objetivos mas o que realmente importa é o que está acontecendo agora. Faça o bem às pessoas que a rodeiam e tenho certeza você irá se sentir muito mais feliz”. Regina Ramina Montibeller
