Mini currículo: Formação – Administração e Comércio Exterior.
Aos 17 anos planejava minha carreira profissional: ou faria psicologia, ou farmácia, ou economia. Uma decisão difícil, pois eram áreas tão diferentes. Acabei passando na UFPR, em Economia. Estudava pela manhã e depois ainda trabalhava até às 23h. Comecei como auxiliar na mesa de áudio e vídeo da escola Positivo. Trabalhava nas gravações das aulas do cursinho. Já no segundo ano da faculdade, fui trabalhar como secretária executiva na FACE, faculdade de Administração e Economia. Um passo importante. Foi aí que fui convidada a mudar de curso e fazer Administração e Comércio Exterior. Tinha encontrado minha vocação. Logo surgiu uma oportunidade de trabalhar na área de câmbio, do Banco Itaú. O que eu via na faculdade, aplicava na prática. Era apaixonante.
Fui então convidada a trabalhar no Banco Auxiliar, já em 1986 era a única gerente mulher da agência. O banco ia ser fechado e só ficamos em dois funcionários, minha responsabilidade era finalizar todos os trâmites legais junto ao Banco Central. Foi aí que surgiu uma nova oportunidade: trabalhar na INEPAR, uma referência na época. Com um detalhe: de gerente voltaria a ser assistente de Importação e Exportação. Um desafio, sem dúvida, até porque a área não existia e eu iria ser a única funcionária em uma empresa com grande tendência ao crescimento. Nessa época estava com 25 anos, já era casada e o “sonho” de trabalhar em uma empresa como a INEPAR era estimulante.
Um sonho que se tornou uma sequencia de desafios e conquistas. Respondia diretamente a um diretor muito severo, difícil e questionador. De assistente, cheguei a supervisora e depois a coordenadora. Me afastei, em 1989, para ter meu primeiro e único filho, e voltei à INEPAR como gerente da área de Comércio Exterior, a única em toda a empresa, em meio a outros 59 gerentes. O temor dos dias iniciais com o exigente diretor Natal se transformou em uma grande parceria, um respeito e uma admiração. Profissionalmente, foi meu grande mentor. Pessoalmente, ainda hoje é um dos meus grandes amigos. Ainda na INEPAR, fui convidada a dar aulas na Faculdade Positivo, que havia comprado a FACE, e assim, de 1993 a 1998, fui professora. E para ensinar é preciso aprender e nisso sou viciada. Gosto de conhecer pessoas. Gosto de aprender. Faço cursos, desde os técnicos até aqueles mais diferenciados como de Barman, corte e costura, enfim, na época da INEPAR acredito ter feito mais de 400. Tudo isso traz conhecimento e gera network. Por volta de 2000, a INEPAR sugeriu que eu abrisse uma empresa, para que o serviço fosse terceirizado: foi assim que surgiu a DW Logística. Uma empresa de duas pessoas: meu marido e eu, que depois foi crescendo.
NA DW Logística, o sonho de fazer um trabalho diferenciado tornou-se real. Um ano após a fundação, ainda atendendo a INEPAR, tivemos um contrato desafiador para prestar serviços à Volkswagen, em São José dos Pinhais, de duas pessoas, da noite para o dia, já tínhamos uma equipe fiel de 14 pessoas. Vieram outros grandes clientes, como Electrolux, Renault e também clientes de menor porte. Atuávamos muitas vezes in company, mas almejávamos uma sede própria, que se tornou realidade em 2013. Já éramos um grupo de 140 funcionários. Aí veio um período turbulento. O término de contrato com uma das grandes empresas, exigiu a redução do quadro de funcionários. Hoje somos em 70 pessoas. Foi um período difícil. Melhor sempre é crescer. Mas o ciclo da vida exige muitas vezes o retroceder, para que sejamos melhores. Hoje atuamos ainda com mais qualidade e percebi como lição que a crise nos revela os verdadeiros talentos. Tenho orgulho dessa história. Minha missão agora é retomar o caminho de crescimento da DW. Já temos um foco definido para atuação nos próximos cinco anos. Em 2015 deixamos nossa sede própria, o que me desafia ainda mais e me faz relembrar minha infância.
Meu pai trabalhava na Receita Estadual o que nos fazia mudar de cidade a cada 10 anos. Meu pai era um aventureiro. Ele ganhava. Ele perdia. Ele se renovava. Com isso desenvolvi uma atitude muito curiosa em relação à vida. Tudo isso me faz crer que não importa estar em meio a uma crise. Acredito que são as pedras do caminho, que a gente vai juntando, que permitem – se você tiver força de vontade – a construir sua próxima catedral.
Dica de vida –
“Seja você mesma. Tenha suas convicções e as execute em ações bem realistas. Seja sempre portadoras de soluções e evite divagar. Para isso: estude sempre. Seja curiosa. Faça cursos, não importa o tema. O conhecimento vem através do ensino e do network que você desenvolve por meio deles. A vivência é seu maior patrimônio” Rosely Deschermayer