Mini currículo: Formação – Psicóloga, com especialização em Gestão Estratégica em Pessoas e MBA Internacional em Business.
Comecei a trabalhar muito cedo, com 14 anos, e isso me fez amadurecer e ter disciplina em tudo o que eu fazia e faço. Fui “contínuo” da diretoria do Banestado, uma espécie de ‘office-girl’, e aos 16 anos já trabalhava como secretária em um escritório de psicologia. Foi lá que decidi cursar Psicologia. Já no primeiro ano da faculdade, fiz estágio na Bematech. Época em que eu já dominava ferramentas do Windows e meu diferencial, imagine, era usar bem o Excel e dominar razoavelmente o inglês. Das experiências da época, o encontro de uma grande mentora foi decisivo para minha história de vida. Ela era a gestora de RH da Bematech, uma mulher arrojada e inovadora que me inspirou na função, e até hoje é minha mentora, e assim me apaixonei pela dinâmica da área organizacional.
Após uma carreira ascendente na Bematech, fui convidada a trabalhar em uma multinacional, como coordenadora de RH. Nesta etapa o inglês era necessário: fui rapidamente estudar. Nessa empresa tive a oportunidade de trabalhar em vários projetos não só no Brasil mas também no México, Estados Unidos, China e também na Europa. Meu grande diferencial foi sempre a vontade de fazer melhor e diferente. Implementei diversos programas que foram referência global na minha área de atuação. Depois que fui mãe e mesmo com minha filha bebê, comecei outra formação na SBDG – Sociedade Brasileira de Dinâmica dos Grupos e quando terminei, iniciei um MBA internacional em Business. Estudei Espanhol e Francês para poder conquistar mais espaço na minha carreira.
Nessa época já tinha conquistado o reconhecimento do mercado. Trabalhei por 3 anos na Sykes, empresa Americana de BPO (Business Process Outsourcing), como Gerente de RH que me permitiu muitos aprendizados e um novo patamar para minha carreia. Nascia também uma nova oportunidade: fui convidada a ser gerente de RH na Solvay. Um novo desafio. Uma nova carreira. Da gerência de RH, veio a Gerência de RH para América Latina, Learning Global, até conquistar a atual função de Gerente Geral do Centro de Serviços que atende a América do Norte e América Latina, que particularmente me orgulha muito. Sou a primeira mulher e a primeira brasileira nessa função.
Conciliar a maternidade com a vida executiva é ainda um grande dilema – tenho duas filhas de 9 e 2 anos – mas que é perfeitamente possível de ser vencido. Tenho uma vida corrida, cheia de viagens e uma grande família por trás de tudo isso. A trajetória não foi fácil, como para muitas executivas: não parei na licença maternidade, porém estive sempre disponível em momentos chaves da vida pessoal, ao mesmo tempo em que várias vezes tive que abrir mão de fazer algo com os filhos e com a família para atender as necessidades da empresa.
Hoje trabalho com diferentes gerações e diferentes culturas. Manter a equipe engajada, com foco no cliente e sempre superando as expectativas para que o serviço continue sendo liderado no Brasil, para atender as Américas, não é algo muito fácil. Nunca fui muito passiva e nem muito política, mas sempre fui muito adaptável às mudanças. Isso me ajudou a passar por fusões e grandes transições de carreira e mudanças organizacionais. Ter trato adequado com as pessoas, com postura, conhecimento, firmeza nas decisões e habilidade são uma conquista diária. Creio que também a criatividade e a inovação em tudo o que faço são grandes diferenciais. E, claro, equilíbrio emocional é fundamental.
No futuro, gostaria de ficar fora do país por uns três anos e, quem sabe abrir um negócio. Estou em uma fase de vida que gostaria de rodar o mundo. Mas não quero abrir mão da união e da estabilidade da família em função do que o mundo profissional pode ainda me apresentar. Tenho um marido maravilhoso, uma família maravilhosa e, por isso mesmo, só voaria mais longe se minha família viesse comigo e isso fosse confortável para todos. Quero crescer muito, mas sei que agora cresço com limites. O limite do equilíbrio do que será bom para todos.
Dica de vida –
“Deixar a vida profissional dominar a vida pessoal é um grande erro que as executivas escolhem, pois a habilidade para manter esses “dois mundos” funcionando não é fácil, mas é possível. E um não funciona sem o outro. Um bom planejamento e uma boa estrutura familiar por trás é a chave de tudo.” Tathiana de Lima Canan